quinta-feira, 28 de maio de 2009

Putaria do Planalto Ao Baixadão






Planalto
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), admitiu nesta quinta-feira (28) receber de forma irregular auxílio-moradia de R$ 3,8 mil mensais desde o ano passado. Ele disse ter ordenado o cancelamento do pagamento e prometeu debater novas regras para o pagamento do auxílio-moradia em reunião da Mesa Diretora que acontece nesta manhã.
Sarney tem residência em Brasília, o que impediria o recebimento do benefício. Seu caso agrava-se ainda pelo fato de que desde fevereiro, por ser presidente da Casa, ele mora na residência oficial do Senado.

No início da semana, ele negou o recebimento em conversa com alguns jornalistas, mas nesta quinta-feira retificou a informação. O presidente do Senado atribuiu o pagamento a algum erro administrativo. Segundo ele, em mais de 30 anos de mandato nunca pediu para receber o benefício.

“Quero pedir desculpas pela informação errada que eu dei. Eu nunca pedi auxílio-moradia, mas por um equívoco, a partir de 2008, me informaram que realmente estava sendo depositado na minha conta o auxílio-moradia. Eu já mandei retirar isso”, afirmou Sarney.


Baixadão

A.A.V.A. foi nomeada em fevereiro para chefe de seção de TI (tecnologia da informação) na Câmara Municipal de Ribeirão Preto, mas, segundo funcionários do departamento, nunca apareceu no setor. Um servidor de recursos humanos disse que não existia ninguém com o nome dela no Legislativo.
No gabinete de Walter Gomes, assessores afirmam que A. estaria na Casa às terças e quintas-feiras. No entanto, ela trabalha no setor de fechamento de contas de uma maternidade e afirmou à reportagem que atua apenas no hospital.
Walter diz, porém, que ela faz “trabalhos externos” nos finais de semana. Ele afirma que ela é mesária em jogos de futebol organizados por ele (leia mais ao lado).
De acordo com o presidente da Câmara, A. será exonerada a partir do dia 1º de junho. Porém, Walter afirma que pode recontratá-la como assessora parlamentar, em vez de chefe de seção de TI. “Não sei por que ela foi nomeada nesse cargo, foi a presidência que passou.” O vereador comenta, entretanto, que não sabe se A. vai aceitar a recontratação.
O Ministério Público abriu inquérito para apurar se há improbidade administrativa na contratação.

‘Ela é mesária em jogos nos finais de semana’
O vereador Walter Gomes (PR) diz que A.A.V.A., suposta funcionária fantasma indicada por ele, atua nos finais de semana em trabalhos sociais e em jogos de futebol organizados por ele. “No meu gabinete não fica quase ninguém, o trabalho forte é nos finais de semana. Faço 120 campeonatos por ano. Em cada bairro da cidade eu tenho uma escolinha de futebol e tenho funcionários que trabalham lá.”
Ele diz que A. e o marido dela o ajudariam nos jogos de futebol. “Ela ajuda, é mesária, eu preciso de todo mundo e ela acompanha o marido dela.”
Questionado se as escolas de futebol fazem parte da atividade parlamentar, Walter diz que, se não fosse vereador, ele não poderia fazer essas atividades. “Esses meninos [das escolinhas] poderiam ser bandidos, te roubar e te matar, mas não são porque estão comigo”, afirma.

Segundo a Fundação Getúlio Vargas é no Maranhão de Sarney que estão as cidades brasileiras com maior proporção de miseráveis.
Enquanto isso a fantasma A>A>V>A da Câmara Municipal de Ribeirão Preto leva R$ 5 mil para ser mesária de futebol na várzea.
VIVA A PUTARIA BRASILEIRA !!!


AINDA NOS JORNAIS DE HOJE
Mil desalojados dividem 4 chuveiros em abrigo sem latrinas no Maranhão
28/05/2009

Alessandra Corrêa
Enviada especial da BBC Brasil a Bacabal (MA)

Instalados há quase dois meses no Parque de Exposições do município de Bacabal, no Maranhão, mais de mil desabrigados pelas chuvas no Estado ainda são obrigados a dividir apenas quatro chuveiros improvisados e usar buracos cavados no chão como latrina.

Por todo o parque, é possível encontrar lixo e fezes na grama. Alguns desabrigados cavaram buracos no chão de cocheiras desativadas, que foram transformadas em latrinas improvisadas.

Segundo a coordenadora da Defesa Civil de Bacabal, Roseane Maria do Nascimento Silva, o município não tem como pagar o aluguel de banheiros químicos, que poderiam ajudar a solucionar o problema.

Apesar da limpeza diária feita por funcionários da Defesa Civil, o mau cheiro se espalha pelas instalações do parque.

Para tomar banho, os desabrigados contam com apenas quatro "chuveiros", na verdade, barracas de lona improvisadas com um cano por onde sai água.

No mesmo local, há uma torneira para lavar roupa e louça, cuja água cai no chão e se mistura à lama, lixo e fezes.

Mesmo assim, nem todos conseguem usar a água da torneira. "Tem fila todos os dias. Para lavar roupa, é preciso esperar horas", diz a dona de casa Ana Lúcia Ferreira da Silva, de 24 anos, que há um mês vive no parque com o marido e três filhos.


As primeiras enchentes deste ano em Bacabal ocorreram no início de março. Desde então, famílias obrigadas a sair de suas casas pelas chuvas começaram a ocupar, por conta própria, espaços privados como o parque.

Hospital

A falta de condições de higiene não é exclusiva do parque de exposições. Em um hospital abandonado perto dali, famílias numerosas se aglomeram em cubículos, dividindo espaço com os poucos móveis e utensílios que conseguiram salvar das águas.

No pátio interno, os desabrigados lavam roupa em uma pia quebrada. Lama e dejetos se espalham também pelos corredores e salas, usados agora como casas.


Segundo a Defesa Civil, as mais de 4,7 mil pessoas que ocupam os 54 abrigos da cidade e os outros 5,6 mil desalojados hospedados com parentes ou amigos deverão esperar a chuva passar e o nível do rio Mearim baixar para que possam voltar com segurança para suas casas.

Muitos deles, porém, tiveram suas residências totalmente destruídas pelas águas, e terão que permanecer por algum tempo nos abrigos antes de encontrar um novo lugar para morar.

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