A noite de João Garcia e do Doutor Gabriel

O mais recente livro de João Garcia, lançado aqui em Ribeirão Preto, sexta passada, não é bom. É muito bom. Li As Anedotas Picantes do Doutor Gabriel de uma sentada só. Com este livro, Garcia entra para a turma de Cornélio Pires que “foi o mais importante etnógrafo da cultura caipira e do dialeto caipira, que surgiu no século XVIII quando a língua brasileira, o nheengatu, foi proibido pelo rei de Portugal e passou-se a falar português com sotaque nheengatu, como é o caso de muié, cuié, zóio, orêia, falá, dizê, comê, dado que a língua nheengatu estranhava os infinitivos dos verbos e as consoantes duplas. A fala caipira não é um erro de linguagem, é um dialeto, uma legítima variante da língua portuguesa”. Linguagem à parte, neste “Anedotas”, João Garcia dá vida (vida mesmo!) a personagens com tal verossimilhança que eles parecem saltar das páginas para dialogar com o leitor.O texto rápido, claro, conciso, criativo e construído de maneira inteligentíssima remeteram-me à infância e adolescência em Pinhal,terra onde nasci, e onde até hoje vivem honorinhos, enxadinhas,tangos, zézins, tonins e mandrakes de cartórios... Aos meus amigos recomendo a leitura, sem restrições... Anedotas Picantes do Doutor Gabriel é simplesmente sensacional.

No lançamento

Nem mesmo a presença de candidatos oportunistas, que compareceram à noite de lançamento de “As anedotas do Doutor Gabriel”, conseguiu desviar o foco do acontecimento.Para abraçar João Garcia e trocar figurinhas sobre jornalismo e literatura lá estavam: os professores Cassoni e José Aparecido da Usp. Numa só rodinha: Valéria Ribeiro, Rubens e Rozana Zaidam, Edith Gonçalves, Sócrates Brasileiro, Claudia e Helinho Pelissari , Paulinho Camargo,Regis Martins, Fernando Kachassa, Piti e Salomão Meimberg. Isto sem contar tantos outros escritores, artistas, boêmios e empresários do “granmonde” ribeirãopretano que foram chegando e se reunindo em torno de um chopinho colorado. Noite memorável...