segunda-feira, 14 de julho de 2008



"Toda virtude se opõe a dois excessos"

Aristóteles




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Um comentário:

Alberto Pinto disse...

VIVA GILSON VEM VINDO
NÃO SEI SE É PERTINENTE AO CASO MAS ESSA AMIGA ME PASSOU UM TEXTO QUE ACHEI ÓTIMO. pode apagar se não gostar.
***
Quando todos esses acontecimentos "estouraram" na mídia, fui tomada de um profundo receio de estarmos reeditando os tempos da ditadura, quando ninguém tinha a garantia de ter seus direitos respeitados; contávamos então com a sorte para não cairmos em desgraça com o poder da época. Vivi isto na pele quando agentes da repressão bateram à minha porta, ameaçadores, porque eu havia dado guarida à esposa de um amigo perseguido injustamente pelo poder militar. Era tempos difíceis aqueles....nem gosto de lembrar!!!
Mas aqui não se trata de entrar no mérito de quem é o Sr. Daniel Dantas e os crimes que eventualmente tenha cometido; trata-se do respeito à lei que está expressa na nossa constituição. Sentiria imensa revolta se visse um indivíduo pobre e indefeso ter seus direitos violados da mesma forma.
Penso que assim sempre pensavam todas aquelas pessoas preocupadas com o Estado de Direito, entre políticos e juristas( sempre classificadas como de "esquerda" ) quando defendiam os direitos das pessoas que praticavam atos até mesmo delinquencias, quaisquer que fossem eles .
A história mostra que quando prevalece a arbitrariedade e, pior, quando esta é aceita pela opinão pública, como algo legítimo e legal, abre-se um perigoso precedente para ser criado um estado policial, onde aos "inimigos do rei" aplica-se a lei com rigor e aos amigos, tudo é permitido e tratado com tolerância que beira à impunidade. A partir daí, fica muito tênue a distinção entre democracia e regime de exceção.
Não se pode usar como pretexto para prática de atos arbitrários, o fato de termos uma justiça lenta e complexa, que privilegia os mais ricos podendo contratar bons advogados. Isto sim é profundamente injusto, como é também injusto terem melhores médicos aqueles que podem pagar uma medicina de qualidade. Melhorem-se então as leis e a saúde neste país. Esta é a saída.
A rigor, nem pobre nem rico poderiam ter seus direitos violados independentemente do crime dos quais são acusados, ou melhor, todos, sem exceção, deveriam ter seus direitos absolutamente garantidos.
Nesse sentido, senti-me aliviada com a reação da mídia impressa mas muito preocupada com o fato de uma só emissora de televisão ter sido beneficiada com a exclusividade das filmagens das prisões, como se fosse um "furo" jornalístico e com isso, poder ser usada para manipulação da opinão pública. Isso sim é extremamente perigoso e acho que daqui para frente, toda cuidado é pouco. Lembro-me muito bem de que, na época dos tempos de chumbo, essa mesma emissora era usada pelo regime militar na manipulação dos fatos a seu bel prazer.
Verifica-se como episódios dessa natureza que tomaram todo o espaço da mídia esses últimos dias, expõem a precariedade com que ainda ocorre a introjeção de certos conceitos básicos da democracia onde ainda prevalece valores como "dois pesos, duas medidas", encobrindo com isso, a tragédia de mais de duzentas mortes de bebês no Pará, encobrindo a alta da inflação que empobrece a população e todas as outras mazelas com que somos obrigados a conviver todos os dias.
Eliana França Leme

16 de julho de 2008 às 15:53

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