quinta-feira, 31 de julho de 2008
Sobre comédias e tragédias
Matérinha postada aqui no dia 28 de julho provocou várias manifestações. Entre outras um anônimo disse:
“Como o comentário da postagem anterior "Carta ao Pinto" estava desabilitado, venho agora manifestar minha opinião e espero que seja publicada e não censurada.
Como posso entender uma crítica a tudo que venha ferir a "carta de princípios" desta instituição, se ao entrarmos na mesma nos deparamos com a divulgação de uma SitCom(Situação de COMÉDIA) aos moldes, nada engajados, norte-americanos, produzida e patrocinada pela mesma? Paradoxos...”
*A postagem do anônimo comentarista já está publicada e vale esclarecimento: o projeto “Os Inquilinos”, desenvolvido através de idéia do ator Matheus Gherardi, com textos escritos por Rodrigo de Oliveira, só irá à cena se atender aos princípios da Ribeirão Em Cena. Os originais enviados pelo autor até agora, e com certeza desconhecidos pelo comentarista, atendem esses princípios, sim.
É preciso dizer mais. A Ribeirão Em Cena nada tem contra comédias. Molière, Tchékov e até Brecht escreveram comédias memoráveis com forte conteúdo político e social. Ano passado, com direção de Samantha Calsani, a RC apresentou “O casamento do Pequeno Burguês” (foto) sem nenhuma restrição. Ainda no repertório do RC vamos encontrar, entre dezenas de outras, montagens cômicas tais como: “Faustino”, de Eliane Ganem, “A Sina de Juvenal” e mais recentemente “A história de João Curió, todas na linha divertida e engajada do teatro de cordel.
Também não temos nada contra a comédia norte americana que deu ao mundo a genialidade de ninguém menos que Charles Chaplin.
É bom esclarecer ainda, que no folder de “Os Inquilinos”, que enviamos a possíveis patrocinadores, justificamos o projeto da forma que se segue: “Trata-se de um projeto que visa valorizar a encenação de textos nacionais inéditos, de autores inéditos não consagrados, que revelam abordagem crítica e social, possibilitando ao teatro cumprir suas funções estéticas além da função socializadora e pedagógica da comédia”.
A restrição que a RC faz, e a faz com firmeza, é em relação ao besteirol inconseqüente que transforma o palco do teatro brasileiro em salão de churrascaria. Assim esclarecido reitero tudo que escrevi na postagem do dia 28 agradecendo a atenção do comentarista, que apesar da falta de coragem para assinar o que escreve, é sempre bem vinda.
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